27.12.12

2012





"E algo me diz, lá no fundinho do osso utópico do meu fígado, que 2012 vai ser um ano muito especial. ♥"

Esta foi a última frase que aqui escrevi, antes de entrar no ano 2012.

Quando paro por um pouco, e começo a reflectir sobre as voltas que a minha vida deu este ano, sobre todos os acontecimentos, as alegrias, as surpresas, as tristezas, as novidades, os medos e as esperanças...
Por muitas vezes digo que, se alguma vez me perguntarem qual foi o ano que mais me marcou e definiu os meus pequenos passos até então, será, sem margem de dúvidas, 2012.

Há exactamente um ano atrás, estava preocupada a começar a fazer as malas, para o meu Programa Erasmus na Finlândia.
Hoje, penso no jantar de aniversário que amanhã terei em Gunwarf Quays, no turno de sábado no Hospital e em fazer a mala para passar os meus últimos dois dias de 2012 e o meu primeiro dia de 2013, em Londres.

E,
já viram a simbologia que uma simples mala contém?
Desde 2008 que nunca me fixei em nenhum lado.
Faculdade. A novidade do Mundo, fora da minha bolha protectora. Viver fora de casa. Liberdade.
Estudar fora do país.
Trabalhar fora do país.
E a mala sempre a acompanhar-me, para onde quer que vá.

2012.

Finlândia.
Aterrar em Helsínquia, dentro do Cockpit.
-40ºC.
Neve até aos joelhos.
Dedos congelados.
Patinar em lagos verdadeiros.
Esquiar na fronteira da Rússia.
Country-cross skiing.
Snowboard pela primeira vez.
Quartas Feiras: Sauna - rebolar na neve - mergulhar no lago gelado à meia noite.
Ver a Aurora Borealis pela primeira vez.
Lapónia.
Receber um beijinho do Pai Natal mais credível de todo o Mundo.
Andar de trenó puxado por renas.
Hotel de Gelo.
Tomar chá em little wood cottages, em pequenas ilhas perdidas no meio dos lagos congelados.
Passeios pelos bosques, apenas com a luz da lua cheia.
Salmiakki.
Happy Time.
Heidi.
Kitee.
Savonlinna.
Joensuu.
Tampere.
Turku.
Helsinquia.
Tallin.
Riga.
Vilnius.
As pessoas todas que conheci por onde passei.
As pessoas com quem ainda mantenho contacto.
Aprender a falar Finlandês.
Aperfeiçoar o Inglês.
Regresso a Portugal.
Queima das Fitas.
Finalista.
Última verdadeira Serenata.
Entrevistas para UK.
Receber a chamada a dizer que tinha passado na entrevista de emprego, a meio da apresentação do Projecto de Investigação.
Acabar a Licenciatura.
Sra. Enfermeira.
Verão.
Optimus Alive.
Cruz Vermelha.
Voluntariados.
Paredes de Coura.
Amores e desamores.
Certezas. Incertezas. Receio. Iniciativa.
Desejo de Independência.
Viagens para UK compradas, casa garantida.
Despedidas.
Lágrimas de alegria e de tristeza.
Meter-me sozinha dentro dum avião para UK, sem saber para onde iria e o que estava a fazer com a minha vida.
Chegada a UK. Modo "desenrrasca-te sozinha" activado.
Barreira psicológica activada.
Medo.
Insegurança.
Aceitação.
Esperança.
Novidade. Novas pessoas. Nova realidade. Nova responsabilidade.
Primeiro Emprego.
Primeiro dia de trabalho, by myself: chego ao hospital as 7h30, às 7h45 estou a reanimar um dos meus doentes, no chão do quarto de banho, inundado de sangue.
Sair dos turnos, à noite, e fazer o caminho todo até a casa a olhar para o céu estrelado, a tentar decifrar as constelações.
Primeiro ordenado.
Primeira semana de férias em Portugal.
Saudade.
Dúvida.
UK.
Voltar a dedicar-me ao Piano.
Trabalhar durante o Natal.
Receber um abraço sentido, de agradecimento, de uma paciente e familiares.
Receber um livro, oferecido por uma das minhas pacientes.
Receber postais de Natal do staff do Hospital.
Cansaço, pernas  e costas doridas.
Sensação de dever cumprido.
Ir para a cama e saber que as minhas mãos aliviaram a dor de muitos doentes nesse dia.
Acabar o ano em Londres.
Começar o ano em Londres.

Este será um resumo muito breve, daquilo que foi este ano para mim. Intenso. Enriquecedor. Potenciador da minha desejada Independência.
Não peço que 2013 seja igual. Porque também sei que tal nunca seria viável.
Peço sim, que seja produtivo. Que me traga saúde, a mim e aos meus.
Que me traga mais alegrias que tristezas.
Mais abraços sentidos.
Peço que me traga estabilidade ao meu miocárdiozinho, o qual - sabe-se lá porquê -, entra de vez em quando em fibrilhação auricular por aqueles que não merecem a minha digna pessoa.
Que me permita atingir as metas que estão a começar a ser traçadas na minha carreira hospitalar.
Juntar dinheiro.
Viagens.
Paris. Amesterdão. Copenhaga. Bruxelas. Gent.
Finlândia.
E muitas vezes Porto.


2013, please be good to me and to those I love.

***






23.12.12

Crónicas do dia de amanhã.

8.30am: Visit GP
9am: Post office
9.15am: Tesco

Não tenho comida em casa. Nada decente. Isto de uma pessoa engatar a trabalhar 4 dias seguidos das 7am às 8h30pm, antes da tão aclamada Christmas Eve, é de dar em loucos.
Ainda por cima sendo a Ceia de Natal na minha casa. Vai ser lindo.

11am:




1pm:

Fazer sobremesas, tratar do jantar com as babes,




6pm:

Cheirinho de canela e açúcar no ar, e ter a casa minimamente apresentável.




Isto de passar o meu primeiro Natal fora da minha zona de conforto é estranho. Vai ser estranho, eu sei.
Contudo, sei que irá ser uma boa experiência.
Diferente. Divertida. Informal. Enriquecedora.

E depois ala que se faz tarde, pois dia 25 às 6am já estarei acordada, para ir cuidar daqueles que mais necessitam da minha atenção, das minhas mãos, nesta altura do ano em que um abraço, as palavras de afecto e um simples sorriso exercem efeitos mais poderosos do que um singelo analgésico.

Sê benvinda à vida adulta, Joana. #2




*




20.12.12

Quase quase quase.


 Oxford St, London


Oh minhas ricas férias, que nunca mais chegam.

*

16.12.12

11.12.12

Today's state of mind #28






E quando temos aquela enorme vontade, que nos consome por dentro, morre no peito, sufoca as palavras ingénuas e nos prende as mãos e pés.
Ou por medo.
Ou por dúvida.
Ou por falta de coragem.
Ou por uma combinação de todos estes estados limitativos.

Mas que raio de mania é esta,
de complicar tudo o que é natural e tão simples.

Definitivamente, dever-se-à entregar um Prémio Nobel, àquele que conseguir decifrar esta grande e complicada teia de aranha, que é a mente humana.


.

9.12.12

Home, sweet home.

untitled by sunbear. on Flickr.

untitled by isabelle bertolini on Flickr.


Porque os mais pequenos pormenores, outrora deveras banais, passam a assumir uma fulcral importância, quando regressámos àquele local que intitulámos de Casa.
E Casa irá sempre ser aquele local que o nosso Coração nunca abandonou, nunca esqueceu.

Frozen hands.
Warm heart.
Light mind.
Peaceful happiness.

*



1.12.12









7.12.
And let the countdown begin.


*

27.11.12

Das palavras que podiam ser minhas. #3

"Quando faltar sorte, tem que sobrar atitude. O azar morre de medo de pessoas determinadas."

(unknown)



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Words from the heart. #1


24.11.12

Simplicity. Complicity. Melancholy.




I have so many silly, insane words that keep on struggling inside of my mind, on the most deep inside corner of my heart. But my head simply blocks all its way down to my mouth.
Head over heart, they say. Like a battlefield.
No happiness. No sadness. Purely as an ordinary living and empty body. Carrying a heavy mind.
We had the right love. At the wrong time.

*


16.11.12

A Realidade Portuguesa.

"Portugal não tem uma estratégia, não tem um rumo em termos de recursos humanos na saúde. Ou o Ministério da Saúde acorda de uma vez por todas para esta realidade ou nós, daqui a 10, 15 anos não temos quem cuide de nós".


Bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Enf.º Germano Couto.





10.11.12

Das palavras que podiam ser minhas. #2


"Vais ficar bem. Eu sei que sim. E eu vou ficar bem. Vamos ficar os dois bem. Ainda que à distância de tantos quilómetros. Talvez esta noite chegues ao novo destino e te sintas ligeiramente sozinho quanto eu me senti quando vim para o meu novo destino. E talvez os dias custem a passar, as noites sejam estranhamente longas. Mas isso será só no começo. Sabes? Vais ficar bem. Vais ficar melhor. E se for para melhor, devemos sempre mudar. Dar o salto. Atirar o coração. Ter aqueles vinte segundos de coragem extrema. Porque depois virão os teus dias felizes. E conhecerás o resto do mundo. E alegrar-te-ás com as coisas mais pequenas e divertir-te-ás mais do que nunca. Os dias vão parecer demasiado curtos para tantos momentos felizes e vais pensar: ainda bem que vim!
É isto que gosto de pensar. É disto que me convenço. "


in: http://a-procura-da-terradonunca.blogspot.co.uk/2012/11/words-from-heart_10.html


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Um mês.

 
 
 
Um mês.
Faz hoje um mês que parti para uma aventura que não sabia se seria realidade ou imaginação. A aceitar uma nova etapa da minha vida, sem ter certeza daquilo que realmente queria.
Faz hoje um mês que recebi um "último" abraço apertado, verdadeiro, sentido, daqueles que  realmente me desejam o melhor deste mundo, antes de partir para o desconhecido.
Faz hoje um mês, e parece que estou aqui há uma eternidade.
Tantas coisas diferentes, tantas coisas novas, umas boas, outras más. Uns dias felizes, outros mais melancólicos.
Uns dias de sol. Muitos dias de chuva.
E horas em fio a pé, a cuidar daqueles que, para já, nada me dizem.
 
Chego a casa, e o cansaço (felizmente) não me permite ter muito tempo para pensar.
A Saudade é uma palavra que não devia existir no dicionário do Coração.
 
 
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