5.9.11

Overloaded mind.



Penso demais.

Essa é uma das conslusões mais viáveis a que tenho chegado ultimamente.
Estou precisamente a 14 dias de iniciar o meu último ano académico - desta Licenciatura. Right now, aversion, disgust and reluctance are running through my narrow veins.
Sinto que estive três anos (diga-se já, de passagem, que sinto como se me tivesse inscrito ontem no 1.º ano) a viver numa bolha, muito protegida, inocente e (quase que) perfeita, isolada das correntes que mobilizam depravadamente a nossa Sociedade. E, neste momento, essa bolha está progressivamente a desintegrar-se.
Tenho medo de encarar a realidade.
Daqui a um ano, com a crise que assombra Portugal, as coisas não estarão melhores para os recém-licenciados. Por muito que eu diga que vou trabalhar para fora - onde quer que seja, desde que me permita exercer aquilo que aprendi arduamente ao longo destes anos -, claro que há sempre uma ínfima esperança, que me leva  (ingenuamente) a acreditar que talvez consiga arranjar algo em Portugal. Por muito que aqui esteja bastante complicado, lá fora se ganhe mais e sejamos mais valorizados, se esta vaga de jovens - altamente qualificados - continuar a emigrar,  como é que alguma vez o país poderá melhorar? Neste momento é urgente investir, criar, inovar, porque nós somos o verdadeiro motor que conseguirá alguma vez impulsionar o desenvolvimento deste país. O real problema é que poucos são aqueles que querem acreditar, ajudar e investir nas nossas grandes capacidades. Nós temos conhecimento, nós temos ideias inovadoras, temos capacidade de criação e de adaptação. Por exemplo, já não é novidade nenhuma que quando um aluno português vai tirar um doutoramento para o M.I.T., ou um Enfermeiro português vai trabalhar para Inglaterra, somos considerados os melhores entre muitos.
Anda basicamente o Estado Português a investir nos jovens ao longo de 3, 4 ou 5 anos, para depois exportar esses diamantes brutos para países alheiros, simplesmente porque não há quem esteja verdadeiramente interessado em desenvolver apoios e dar um simples voto de confiança.
Posso mesmo dizer que um dos meus grandes objectivos na minha ida de Erasmus para a Finlândia, será desenvolver e aprefeiçoar o meu Inglês, além de testar a minha capacidade de adaptação a um país diferente, já com o intuito de me adaptar mais facilmente, caso vá trabalhar para fora.

E esta é uma parte dos meus devaneios existênciais, porque a outra debruça-se sobre uma parte que me persegue desde que entrei nesta Licenciatura. A possibilidade de tirar o curso que sempre quis, e que quem me conhece, sabe bem qual é. Ainda estes dias me dei ao trabalho de ler as legislações de acesso especial, em todas as faculdades com esse curso. E realmente é desanimador como meia dúzia de burocracias são capazes de deitar quase por terra todas as ínfimas esperanças que uma pessoa tem para ver realizada a sua real vocação. Mas como as minhas amigas me dizem, se é o que realmente quero - e que dizem ter a certeza de ser algo que plenamente me define como Pessoa -, para não desistir. E outra questão se levanta, caso consiga ingressar: haverá mais paciência, tanto minha, como dos meus pais, para que tire outro curso? Mais x anos a estudar, mais esforço, mais dinheiro, mais disponibilidade? Nestes momentos assumo aquele velho ditado que diz que, quem corre por gosto não cansa, e um dia tenho a certeza que hei-de conseguir, nem que seja daqui a 2, 3, 5 ou, quem sabe, até mais anos.
O que será nós, se não seguirmos os nossos sonhos? Nada. Tornar-nos-emos mais uns meros cidadãos, a cumprir (às vezes) os nossos deveres, a chegar a casa, ficar no sofá a ver telejornal ou as Tardes da Júlia, ir para a cama e esperar que o despertador toque no dia a seguir para mais um dia de trabalho, e desejar que chegue a hora de voltar de novo a casa. Isso não é viver.
Apesar de tudo, rodeio-me de pessoas que verdadeiramente gosto, que me apoiam e aconselham em cada grande passo que dê, por isso sei que qualquer que seja a decisão que tome, essa será a mais acertada.

Agora, tenho é de aproveitar estas duas últimas semanas de férias, porque este 4.º ano não vai ser pêra doce. Mas encaro-o como um desafio saudável. E ja começo entrar em estado de countdown para a Finlândia. Gosh, can't wait for it! ^^