21.12.10

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Sem perguntar, sei de notícias tuas,
Leio em sinais esquecidos por aqui.
Esta distância é um nada que magoa,
Eu não consigo existir sem ti.

Se a tua voz pertence a outra pessoa,
O teu silêncio não lhe pode pertencer.
A paisagem é uma palavra à toa
Que não te disse. Nunca quiseste saber.

Onde estás, que não te vejo,
Andas longe o teu vagar,
Procuro apenas no meu desejo,
Apenas em mim te sei encontar.

Esse adeus continua até hoje
A despedida teve um nome qualquer
Devagar, o tempo foge,
Foge contigo e sou eu que o estou a perder.

Tenho tantos sonhos guardados,
Tenho tantas lembranças de ti,
Recomeço os planos adiados
E começo a imaginar-te aqui.


(João Pedro Pais, Sem Perguntar)