Por vezes ponho-me a pensar o que estarei a fazer daqui a alguns anos...
E não consigo antever absolutamente nada. Zero.
Apesar de estudar ininterrupta e exaustivamente livros e mais livros, desde as mais diferentes áreas da saúde, até às politicas de saúde e afins, encontro-me aqui a questionar,
Será que irei exercer esta licenciatura no final? (na ambiguidade da falta/procura de vocação, assim como na escassez de emprego, que assombra os recém-licenciados).
Será que conseguirei alguma vez seguir o meu verdadeiro sonho e vocação, sendo ele algo quase que inatingível?
Custa-me observar a nossa classe, possuidora inúmeras competências técnicas e científicas, a ser literalmente asfixiada pela O.M. assim como pelos corruptos dos administradores hospitalares. Estes últimos não têm a mínima dignidade em se preocupar com o bem-estar dos utentes, estando mais preocupados com a obtenção máxima de lucros e subsequente diminuição dos gastos de recursos monetários e materiais, levando inevitávelmente à prestação de cuidados de saúde de baixa qualidade, pela simples e evidente falta de recursos humanos suficientes para colmatar as reais necessidades da nossa população.
Estamos cada vez mais desumanizados. E não me parece que esta tendência se reverta tão cedo. A solução para este problema está na nossa geração. Cabe a nós dar voz aos nossos objectivos e aos problemas da população. Agora está nas nossas mãos a responsabilidade de fazer face a este problema, instalado pela subordinação intrinsecamente presente nas gerações anteriores, e que metastizou a nossa. Mas para tudo há solução. O mais importante será, neste momento, não perder a esperança e, acreditar que todos juntos, iremos conseguir fazer a diferença.
Bem, depois deste meu devaneio, vou só ali fazer um cházinho verde
e recomeçar a leitura do meu brand new book "Compreender a Dor",
de David Le Breton. ^^