7.4.12

♥♥ ERASMUS ♥♥

Casino's Islands - Savonlinna



Chegada a Portugal há cinco dias.

A nossa despedida no Domingo tranformou-se num dia tristemente mágico. Com um toque antagónico de felicidade. Como a minha querida tutora classificou, de "too-happy-to-say-goodbye" day.
De manhã, eu e a H. decidimos despedirmo-nos da nossa bela ilha, e passeámos pelos bosques que rodeavam a nossa casa. Apreciámos pela última vez a beleza das paisagens gélidas, que neste mês de Abril que se caracterizam pelo início do degelo, o que proporciona aos nossos olhos um toque de beleza enigmática. Apreciámos em silêncio todos os sons e a beleza que a natureza nos proporciona. E reflectimos. Sobre todas as experiências, todos os bons e maus momentos, pelas magníficas pessoas que conhecemos, pelos locais fantásticos que visitámos.
Fico extremamente contente quando penso que tivemos tantas experiências positivas, e que criámos amizades tão fortes em tão curto espaço de tempo. E fico especialmente orgulhosa da minha capacidade de adaptação a este país tão díspar. Assim como com o desenvolvimento da minha competência línguística. Da minha independência e autonomia.
Cresci. Sinto-me mais capaz, sem medo das peripécias que o futuro me reserva.

Nesse mesmo dia, a nossa família Erasmus mais próxima reuniu-se no nosso habitual meeting point, Happytime Bar.
Foi uma tarde serena, divertida. Todos juntos, cerca de trinta pessoas à volta numa mesa redonda. Conversámos. Rimos. Jogámos bilhar. Brincámos. Reflectimos. Deprimimos.

Dava por mim, por vezes, a apreciar de longe aquela mesa imensa, enquanto ouvia de fundo a música "See you soon" dos Coldplay. E no meu peito dançava uma mistura antagónica de pura e tranquila felicidade, assim como de um vazio capaz de me tirar o fôlego.

A nossa despedida de Savonlinna foi memorável. Sorrisos e lágrimas. Recebi flores. Chocolates. Dedicatórias. Post-cards. Abraços muito apertados. E uma promessa de nos juntarmos de novo, no próximo Verão.

A nossa querida família Espanhola (JJ & C.), e a nossa grande amiga H. foram-se despedir de nós, antes de entrarmos no autocarro que nos levaria ao Aeroporto de Helsínquia. Esta foi, de longe, uma das mais difíceis despedidas que tive de enfrentar até agora.
Aquele tipo de despedida que apenas havia visto nos Cinemas. Com muitas lágrimas, falta de palavras, abraços, beijos e promessas. E um vazio enorme no peito, quando os víamos a ficar mais e mais para trás, enquanto o autocarro abandonava a nossa bela Savonlinna.

Agora que me encontro na nossa "Eterna Praia Lusitana", rematadas as saudades da minha família e melhores amigos, da praia e das minhas duas amadas cidades, continuo por vezes a sentir este vazio inexplicável que me aflige e me tira o ar. Se pudesse, voltava de novo para aquela cidade, após a Páscoa. Para aquelas paisagens mágicas e únicas. Para a nossa família Erasmus. Para reencontrar as grandes amizades que lá criei. E claro, para a elevada autonomia e independência que lá experienciei durante os practical trainings, na nossa amada profissão de Enfermagem.

Contudo, tenho de encarar esta como uma inesquecível e extraordináriamente positiva etapa no meu percurso formativo.
Da forma como me enriqueci enquanto pessoa e futura profissional de Enfermagem.
E que em breve, os irei reencontrar de novo. Muito em breve, I hope.

Assim sendo, fechou-se uma página nesta caminhada de Erasmus. Mas abriu-se uma maior: A percepção de que o Mundo é uma porta aberta, se realmente estivermos dispostos a  investir em nós, na nossa formação e profissão. Se nos comprometermos a manter a nossa mente permeável, e nunca termos medo do desconhecido. Porque a busca pelo desconhecido dota-nos de capacidades extraordinárias que até então desconhecíamos que as possuíamos, assim como  nos proporciona uma visão agridoce em todos os momentos e experiências que vivemos, tornando as nossas vidas mais interessantes. Mais intensas. Mais ricas. Mais únicas.
Por isso, na minha opinião, realizar um período de estudos fora do país de origem deveria ser 'obrigatório' - se tal fosse económicamente possível, e o Governo suportasse melhor os alunos que querem fazer parte este programa - pois iria ajudar a "abrir muitas mentalidades limitadas" neste nosso país. E quem sabe se o nosso Portugal depois não evoluiría, com todas as boas experiências e ideias que trazemos na nossa bagagem pós-Erasmus?

"The real voyage of discovery consists not in seeking new landscapes, but in having new eyes." (Marcel Proust)

E esta é a mensagem que deixo, após estes três magníficos meses.

Kiitos kaikesta, rakas Suomi.
Nähdään pian!



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